Tuesday, January 30, 2007

o.e


e meu olhinho esquerdo está,mais uma vez, protegido por uma super lente que não deixa nenhuma poerinha chegar perto! eba!

a mamãe te ama,olhinho!

Saturday, January 27, 2007

vida inanimada-animada

texto censurado,sem vergonha nenhuma.:)

Friday, January 19, 2007

Breath

A cumplicidade do silêncio afaga minha respiração excitante que anseia pelo próximo momento, sem saber, que será também, um momento silencioso como todos os que o anteviram e como serão os que o sucederem. A respiração cessa. Continua. Cessa. E eu sei que não estou sozinha, descompassada na vida.
Há um ritmo, uma festa – e a respiração dança ofegante emitindo os anseios das palavras não ditas e dos movimentos não feitos. Alegra a minha inércia, me ativa. Ativa as idéias, e quem diria, que eu as tenho, se me visse assim tão inerte?
É que não sabem que a minha respiração é toda alegre e comunicativa – serelepe, corre festiva pelas minhas narinas e explode mundo afora!

As palavras mudas, as letras disformes e as retinas opacas- todas- a invejam. Nada tem mais vida! O ar entra e saí num espetáculo tímido – manifestação que nenhuma parte do que me faz inteira pode participar - e que apesar de tímido, atraí toda a minha atenção e não é aquela atenção que se dá aos tímidos, é a atenção boquiaberta e desarmada que suplica pela continuidade do espetáculo sem saber que ele é constante.
Há uma morbidez crônica em estar sempre viva, exposta a violência dos dias que se enrolam e me puxam pelos cabelos, enquanto me prostro munida de sensações paralíticas que não dizem, não vêem, não ouvem e nem sentem nada – é uma vida intragável que só sabe tragar!
E ao tragar, ela vive, desesperadamente. Põe-se de frente a pilha de minutos empilhados ao acaso e derruba mais um, sem saber que a manifestação já é hábito e o momento é crônico, vive-o como se fosse um último instante.
E que vivacidade fugaz! Dissipa-se no ar, enquanto brota de novo no estômago – é onipresente. Debate-se aqui dentro, entope a caixa torácica e expira! É mais um momento e eu inspiro – o ciclo ensandecido recomeça.





[ps: não posso esquecer de reescrever! hehe é que não postar nada aqui me dá uma sensação de vazio.]

Thursday, January 11, 2007

Mourning morning

..da época que eu não tinha dúvidas se queria escrever mesmo uma poesia.:)





Mourning morning

As meninas feias também são bonitas quando acordam.
E dizem bom dia com lábios leporinos.
(As meninas feias também são bonitas quando acordam)


Olham com os olhares cancerígenos e lacrimejantes,
E vêem também,
os mesmos meninos interessantes.
(As meninas feias também são bonitas quando acordam)


Refletem no espelho,
Passivamente,
O semblante opaco dos defeitos congênitos.
(As meninas feias também são bonitas quando acordam)

As mães,
Desatentas da malícia materna,
Vêem feiúras que só elas.
(As meninas feias também são bonitas quando acordam)

Com pijamas ou nuas,
Com pernas ou muletas,
Abraçam mutiladas ou sem lugar para os seus braços,
Carinhosamente,
A mãe-má desatenta.
(As meninas feias também são bonitas quando acordam)


E tomam café com leite,
Sem gotinhas de adoçante.
Mudas ou sem a voz ativa,
Cumprimentam o dia.
(As meninas feias também são bonitas quando acordam)


E até olharem no espelho,
Aquele espelho que reflete com
Olhares,vozes e gestos.
Elas são lindas,
Perdidas e encontradas,
No intervalo de tempo entre o começo e o inicio do dia.
(As meninas feias também são bonitas quando acordam)

São as meias-garotas,
Nunca mulheres inteiras.
Interrompidas na forma,
Aleijadas na existência.
(As meninas feias também são bonitas quando acordam)


ps: a parte mais legal é o título haha! e eu adoro ouvir interpretações sobre ele! a mais criativa,que eu nem pensei foi de alguém que desconhecia o verbo ''mourne'' e pensou que ''Mourning'' fosse uma junção de ''hour + morning''!